As injeções desse anticorpo em pessoas no início dos sintomas do vírus podem reduzir os riscos de ele avançar para algo mais grave.
Enquanto uma vacina contra o novo coronavírus não fica pronta, os cientistas e pesquisadores ao redor do mundo vêm tentando encontrar alguma forma de, pelo menos, minimizar os efeitos do vírus nos seres humanos. Além dos medicamentos testados, como a dexametasona e o remdesivir, outra forma de prevenção são os anticorpos.
Um estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Scripps, nos Estados Unidos, encontrou um anticorpo super potente que pode funcionar contra a covid-19 em testes com animais e culturas de células humanas. Basicamente, as injeções desse anticorpo em pessoas no início dos sintomas do vírus podem reduzir os riscos de ele avançar para algo mais grave.
Para chegar a esse resultado, os médicos da Universidade da Califórnia em San Diego, também nos EUA, colheram amostras sanguíneas de pacientes que haviam se recuperado de casos médios e graves do SARS-CoV-2, enquanto os pesquisadores na Scripps desenvolveram células que imitavam os receptores usados pela doença para chegar nas células humanas. De tal forma, os cientistas conseguiram isolar mais de mil células imunes que produzem anticorpos, sendo que cada uma produzia um tipo diferente de anticorpo contra o novo coronavírus. Então partiram para os testes em hamsters e provaram que o bloqueio foi eficiente para evitar que os animais contraíssem a doença.
Tudo isso foi descoberto em menos de sete semanas. Eles também descobriram que um dos anticorpos é capaz de neutralizar, inclusive, a SARS-CoV, que causou um surto entre os anos de 2002 e 2004 na Ásia.
Os anticorpos são uma boa opção por sua capacidade de neutralizar a habilidade do vírus de infectar as células do corpo humano. Depois de identificados, podem ser produzidos em massa — uma abordagem que já foi adotada com sucesso em outros casos, como para tratar o vírus do Ebola.