O Novo Complexo Petroquímico da Petrobras, em Itaboraí, Estado do Rio de Janeiro, vai movimentar a economia fluminense com investimento de US$ 6,5 bilhões, o maior para um único projeto em toda a história da Companhia. A entrada em operação está prevista para 2012.
As ruínas tombadas do Convento de São Boaventura, construído por frades franciscanos entre 1660 e 1670 onde hoje fica a Fazenda Macacu, são o contraponto histórico ao que, daqui a cinco anos, vai despontar na paisagem de Itaboraí, município do Rio de Janeiro, como alavanca de uma das maiores transformações da economia do Estado: o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro.
O projeto é o maior investimento individual em toda a história da Petrobras: US$ 6,5 bilhões. Equivale à construção de três refinarias semelhantes à Reduc ou a sete projetos de grande porte para o desenvolvimento da produção de petróleo da Bacia de Campos, no litoral norte do Rio de Janeiro. Calcula-se que vá gerar 210 mil empregos enquanto durarem as obras e mais 50 mil quando entrar em operação , em 2012. Grande parte da mão-de-obra será formada no Centro de Integração de São Gonçalo(CISG), que faz parte do complexo que já no ano que vem vai capacitar pessoal para trabalhar na fase de construção do projeto.
O pólo vai transformar 150 mil barris por dia da produção de óleo pesado da Bacia de Campos, em produtos petroquímicos básicos (primeira geração), como o eteno, o propeno, o benzeno, o para-xileno e outros de segunda geração, como o polipropileno, os polietilenos, o etilenoglicol e o estireno. Só com a redução de importação isso provocará uma economia de US$ 2 bilhões em divisas, além de outros US$ 200 milhões anuais de impostos.
Trinta por cento da produção inicial da segunda geração deve ir para o mercado externo, o que ajudará a sustentar ainda mais a rentabilidade econômica do projeto.
Um novo parque Industrial
A expectativa da Petrobras é que o novo pólo atraia a instalação de indústrias de transformação (terceira geração) em torno dele. O efeito multiplicador não pára por aí. Empresas prestadoras de serviços, fornecedoras de matérias e equipamentos virão naturalmente a reboque- e com elas mais empregados e fontes geradoras de renda para movimentar a economia da região. Não é só. O Complexo Petroquímico do Rio surge ainda como a marca da excelência tecnológica e do pioneirismo. Um novo modelo de Unidade de Craqueamento Catalítico Fluido (FCC) – que nas refinarias convencionais é utilizada para a produção de gasolina, diesel e outros derivados de petróleo- foi desenvolvido pelos técnicos da Petrobras para o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro, a fim de produzir diretamente insumos petroquímicos básicos.
“O petróleo bruto já será processado para se transformar em produtos petroquímicos. Uma refinaria comum produz antes, por exemplo, a nafta, que só depois de processada pela indústria, resulta em produtos petroquímicos”, diz José Lima de Andrade Neto, Presidente da Petroquisa e Gerente Executivo de Petroquímica e Fertilizantes do Abastecimento - Petrobras. “Vamos deixar de exportar 150 mil barris diários de petróleo pesado, que valem menos no mercado, para transformá-los em produtos petroquímicos que têm muito maior valor agregado”, completa.
O projeto tem cinco fases. A primeira foi a de planejamento do negócio. A segunda, já em andamento é a de conceituação. Em seguida vêm a de elaboração do projeto básico, o detalhamento e a construção, prevista para começar no ano que vem. Simultaneamente às obras do complexo, será iniciada a construção das unidades de segunda geração, que vão usar as matérias-primas para a produção de insumos para indústrias de plástico. A previsão é que tudo esteja concluído em 2012: é quando o Compelxo entra em fase de comissionamento e pré-operação.
O QUE O PÓLO PETROQUÍMICO DO RIO VAI PRODUZIR
Produtos Petroquímicos Básicos
(Primeira Geração)
PRODUTO
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NUMERO
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QUANTIDADE
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ETENO
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1.300 mil
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t ano
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PROPENO
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880 mil
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t ano
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BENZENO
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608 mil
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t ano
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PARA –XILENO
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700 mil
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t ano
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Produtos de Segunda Geração
PRODUTO
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NUMERO
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QUANTIDADE
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POLIETILENOS
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800 mil
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t ano
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ETILENOGLICOL
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600 mil
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t ano
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POLIPROPILENO
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850 mil
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t ano
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ESTIRENO
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500 mil
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t ano
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